Somos todos Poeira de Estrelas

"... à exceção do hidrogênio, todos os átomos que compõem cada um de nós - o ferro no sangue, o cálcio nos ossos, o carbono no cérebro - foram fabricados em estrelas vermelhas gigantes a milhares de anos-luz no espaço e a bilhões de anos no tempo. Somos feitos, como gosto de dizer, de matéria estelar."
(Carl Sagan)


domingo, 2 de maio de 2010

Ninguém vive fora de sua época

Com os anos que passam, devemos adquirir sabedoria e ficar atentos às novas normas ditadas pela sociedade: adaptar-nos as mudanças que o progresso nos impõe; atualizar nosso conhecimento; enriquecer as nossas relações com nossos parceiros e parceiras de existência; aprimorar as nossas qualidades e procurar crescer espiritualmente. Não é aconselhável que fiquemos estratificados com os mesmos preconceitos que por ventura tivemos no passado e nem ficar fiéis a arcaicas verdades para que o processo de envelhecimento não se acelere.
Muitas vezes o esquecimento é recomendado como solução para problemas psicológicos, mas algumas pessoas esquecem os sofrimentos que tiveram quando crianças ou adolescentes e valorizam demasiadamente as dores no momento em que elas passam a se considerar velhas, tornando assim, suas vidas insustentáveis e desagradáveis. Neste caso, o esquecimento só traz lamúrias, amarguras e desânimo.
A expectativa média de vida da população brasileira aumentou significativamente nas últimas décadas. Os jovens atualmente têm mais chances de envelhecer, embora contraditoriamente envelhecer não seja uma ideia muito bem aceita por todos.
Cada etapa da vida tem seu rol de doenças dores, e perigos. Uma pessoa que viveu quarenta, cinqüenta, sessenta anos ou mais sobreviveu a muitas situações de risco. O ser humano é intensamente treinado para correr riscos. Sabemos que em uma ejaculação são liberados de 200 a 300 milhões de espermatozóides e que devido ao inóspito caminho que eles têm que percorrer até encontrar o óvulo e fecundá-lo, apenas um ou raramente dois conseguem chegar ao objetivo final; que a taxa de mortalidade infantil ainda é alta em nosso país e que temos que enfrentar vários tipos de mazelas em todas as etapas de nossas vidas, incluindo doenças, acidentes, desastres naturais e etc... Não é justo então, considerar as dores como privilégio exclusivo das pessoas com mais de cinqüenta anos isto chega a ser uma falta de respeito com as crianças e os jovens que hoje estão enfrentando algum tipo de sofrimento. É um egoísmo ignorarmos o que acontece a nossa volta.
A dor não é a grande diferença entre pessoas jovens e não tão jovens.
É preciso que abandonemos a falsa percepção de superioridade em relação aos demais, pois ela nos faz pensar que deveríamos ser merecedores de uma fase de vida totalmente sem sofrimentos.
É necessário que se descubra e que se viva os encantos, as alegrias e a beleza de todas as fases da vida. É preciso estar sempre propenso a usufruir todos os momentos de felicidade que nos forem oferecidos e que se aprenda a enxergar as mãos que estão estendidas e dispostas a nos ajudar em nossos momentos mais difíceis. É muito importante também, acreditarmos que a nossa época é agora e que as novas gerações precisam de nós.
É no presente que obrigatoriamente, temos que ter esperanças, sonhar e viver.
Gilnea Rangel

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