Somos todos Poeira de Estrelas

"... à exceção do hidrogênio, todos os átomos que compõem cada um de nós - o ferro no sangue, o cálcio nos ossos, o carbono no cérebro - foram fabricados em estrelas vermelhas gigantes a milhares de anos-luz no espaço e a bilhões de anos no tempo. Somos feitos, como gosto de dizer, de matéria estelar."
(Carl Sagan)


domingo, 18 de julho de 2010

Apelido


Em um natal há alguns anos atrás o meu marido resolveu enviar cartões de natal para os amigos dele.
Compramos os cartões e começamos a fazer os endereçamentos. Ele começou a ditar o primeiro destinatário: Sr. Terêncio Olivier D’Angelo. Logo a seguir passamos para a parte do remetente e ele ficou calado e confuso. Eu então perguntei: Escrevo Sr. Rômulo Augusto? Ele então nervoso disse: Você está louca? Ninguém me conhece por Rômulo Augusto. Ninguém vai saber quem enviou o cartão. Todos me conhecem pelo meu apelido.
Eu então perguntei como vai ficar então o remetente, Timbala ou Sr. Timbala? O momento ficou tenso, meu marido foi ficando muito triste e reclamando do fato de ninguém saber o nome dele e pensando que não havia uma boa solução para informamos o remetente no envelope. Seria uma outra opção, mudarmos o nome do primeiro destinatário para Terô ou Sr. Terô.
Depois disse conversamos e eu afirmei que ele tinha um nome bonito. Nome de um Imperador Romano e que poderíamos fazer algo para que todos soubessem o nome dele. Tive então, a idéia de passar a chamá-lo por seu nome. Assim fiz. Em uma comemoração de aniversário eu decorei o ambiente e fiz três faixas:
- PARABÉNS PAPAI!
- PARABENS TIMBALA!
- PARABÉNS RÔMULO AUGUSTO!
Um dos convidados ficou querendo saber quem era Rômulo Augusto, a pessoa que estava fazendo aniversário com Timbala.
Sempre nas reuniões de amigos e familiares eu o chamava de Rômulo Augusto. Ele se sentia muito bem, mostrava-se satisfeito e feliz. Eu chamava Rômulo Augusto com meu jeito Nea de ser e todos os olhares se voltavam para ele. Ele ficava em evidência e estar em evidência era algo que ele apreciava, Divulgávamos seu nome e embora não confessasse, com certeza via naquele meu comportamento uma prova de amor.
A princípio senti certa estranheza por parte de algumas pessoas, mas ninguém me interpelou sobre isto.
Certo dia fizemos uma festa em nossa casa e eu sempre o chamando de Rômulo Augusto. Eu estava muito atarefada exercendo as funções de “promoter”, anfitriã, babá, garçonete e etc. e me sentia muito feliz, mas notei que algumas vezes um amigo dele o chamava e dizia: "Puxa cara, ela está te chamando de Rômulo Augusto". "Que coisa horrível". "Ela tem que te chamar de meu amor".
Esta frase sofria apenas pequenas variações como: ”Cara já te falei, é meu amor”. “Mulher tem que chamar a gente de meu amor”.
Este amigo dele já estava dominado pela magia do álcool etílico e como naquela época praticamente ninguém chamava o marido de meu amor, eu não me preocupei muito com o pretenso cochicho dos dois. Muitas mulheres chamavam seus esposos, pelos nomes, pelos apelidos ou por um palavrão qualquer. Existiam também àquelas de gerações anteriores que os chamavam de Seu Fulano.
Os outros convidados se divertiam e aproveitavam o momento. Mas eu notei que o meu marido, lá pela décima vez que foi abordado pelo mesmo amigo já estava com a fisionomia modificada e demonstrando mal-humor.
Acabou a festa. Chegou aquele momento “Ufa deu tudo certo!” e pensei: Agora é só tomar um bom banho relaxante e começarmos a nossa festa íntima. Meu marido então me olhou com uma cara de ódio e falou: Você tem que me chamar de meu amor. Você fica me chamando de Rômulo Augusto. Que coisa horrível!
A minha festinha acabou antes de começar e eu fiquei vendo “flashes” da conversa dele com o amigo.
Mentalmente o chamei de meu amor várias vezes e todas às vezes eu pensava: Vou chamar meu marido de meu amor por exigência de um amigo dele.
Continuei a chamá-lo de Rômulo Augusto, porém por um determinado tempo não via mais o encanto nos olhos dele.
É bom lembrar: Os nomes e apelidos são fictícios e o marido da história atualmente é meu ex-marido.
Gilnea Rangel

terça-feira, 13 de julho de 2010

Frase da Gil - Liberdade


A liberdade é um bem tão almejado e intrigante que não a temos, mas acreditamos que sim...

Gilnea Rangel

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A noite do Meu Bem - Dolores Duran

A Noite Do Meu Bem
Dolores Duran

Hoje eu quero a rosa mais linda que houver
do  E a primeira estrela que vier 
Para enfeitar a noite do meu bem
 
Hoje eu quero paz de criança dormindo
 
E abandono das flores se abrindo
 
Para enfeitar a noite do meu bem
 
Quero a alegria de um barco voltando
 
Quero ternura de mãos se encontrando
 
Para enfeitar a noite do meu bem
 
Ah! Eu quero o amor ... o amor mais profun

Eu quero toda a beleza do mundo

Para enfeitar a noite do meu bem !
Quero a alegria de um barco voltando
Quero ternura de mãos se encontrando

Para enfeitar a noite do meu bem


Ah! Como este bem demorou a chegar

Eu já nem sei se terei no olhar

Toda a pureza que eu quero lhe dar.